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“Ser líder exige um contínuo olhar interno e externo. É entender que seu papel vai além de uma simples função ou cargo; traz em si a responsabilidade de uma missão, uma escolha que ultrapassa status e ego. Carrega em si um simbolismo capaz de curar, interferir, desafiar ou desenvolver”.(Dra. Fátima Motta – professora, escritora, articulista)

 

Há um grande desafio em ser Gestor Educacional. Isso porque, mais do que lidar com rotinas escolares, a gestão de uma instituição de educação pressupõe valores, princípios e fundamentos que sustentam a sua identidade. É importante que entendamos que liderar é mais importante e necessário do que gerir. Precisamos mais de líderes comprometidos do que de gestores competentes.

Há vários aspectos na gestão de uma instituição de ensino que precisam ser observados, como por exemplo: o pedagógico, o administrativo e o financeiro – cada um deles com os desdobramentos que lhes são pertinentes.

Em todos eles, entretanto, é imprescindível que o gestor seja alguém que carregue em si as marcas de um líder: que motive, que interaja com sua equipe de trabalho, que seja modelo – vive o que diz – e, sobretudo, que tenha um objetivo definido e influencie as pessoas a alcançá-lo conjuntamente.

O líder entende a missão que tem, compartilha ideais comuns, assume a responsabilidade da condução dos processos e divide os louros das vitórias com todos, reconhecendo e valorizando o trabalho individual, no êxito coletivo.

É interessante refletirmos que o modelo de liderança estabelecido, ou escolhido, irá ser percebido em todos os níveis hierárquicos e setores/segmentos da instituição. A forma de lidar com as rotinas e/ou situações inusitadas comprovará e/ou reforçará a identidade desta. É necessário entender que as instituições não são um amontoado de pessoas: há uma dinâmica que perpassa a organização e se traduz nas relações pessoais que se estabelecem.

O gestor (ou líder) deve buscar adquirir competências e desenvolver habilidades que sua função requer. É um profissional pró-ativo, ou seja: tem capacidade criativa e inovadora, utiliza recursos tecnológicos, investe na sua formação continuada e na de sua equipe,valoriza o potencial humano,bem como é hábil na coordenação de processos, na gestão de pessoas e projetos.

Segundo Peter Druker, “gerenciar é fazer as coisas direito; liderar é fazer as coisas certas”. Assim sendo, lembremos de nosso compromisso e privilégio! Ser gestor exige grande responsabilidade. É necessário realizar um trabalho de excelência, tornando-se “padrão” de referência, mostrando integridade, seriedade e amor ao que faz.

 

É necessário buscar a sabedoria. O mesmo Deus, que chama e vocaciona, é o Deus que dá acesso ao conhecimento e faz alcançar sabedoria! “Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento” (Provérbios 2: 6)

 

Finalmente, ao exercer sua profissão, o gestor deve fazê-lo com propósito. É necessário ter clareza de objetivos. A saber: (a) promover a excelência acadêmica, contribuindo para que os alunos desenvolvam seu potencial individual esejam encorajados a desenvolver o espírito de cooperação, de solidariedade, de respeito próprio e ao próximo; (b) gerenciar os recursos materiais, físicos e financeiros da instituição, cuidando do patrimônio e assegurando a coerência de sua utilização; (c) estabelecer eficientes canais de comunicação, para que mal entendidos sejam evitados e se mantenha um clima de trabalho e convivência saudável,fazendo com queos processos e dinâmicas operacionais promovam, dessa forma, umaconsistente melhoria dos serviços ofertados à comunidade.

 

Nesse sentido, é imperativo que a comunidade escolar, liderada pelo seu gestor, crie um ambiente de: expectativa, aprendizado, confiança, criatividade, persistência, disciplina e superação – fatores essenciais para o crescimento saudável e sustentável.

Calvino nos adverte de que: “O Fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Desse fato, depende nossa vocação, nossa fé, a concretização de nossa salvação”.

Portanto, a exemplo de Neemias (personagem bíblico, figura importante na história pós-exílio dos judeus), não ignore os problemas e as dificuldades, mas coloque suas necessidades diante do Senhor, discernindo sua voz e executando aquilo que Deus lhe confiou como tarefa.

Que a sua vida, suas ações e oração sejam, como a de Neemias: “… Agora, pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos” (Neemias 9: 6b).

 

 

Profª. Débora B M Oliveira

Educadora e gestora escolar. Possui licenciatura em Letras e Pedagogia; pós-graduação em Educação.
Atualmente é Assessora Pedagógica na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Revista Veredas Educacionais – maio/ 2019