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A produção e análise de dados é uma realidade cada vez mais significativa na nossa sociedade. Então, se utilizar desse recurso para transformá-lo em diferencial competitivo, ainda mais na situação de incertezas que estamos atravessando, é indispensável.

 

Não é novidade para ninguém que vivemos o ápice da produção e análise de dados. Conforme navegamos pela internet, dados sobre os nossos comportamentos e preferências vão sendo produzidos e armazenados continuamente.

A tecnologia de GPS rastreia a localização e o deslocamento de milhões de devices, permitindo a criação de mapas de trânsito em tempo real. Seguindo no setor automotivo, alguns carros mais modernos analisam em tempo real dados como velocidade, localização e arrancadas realizadas pelo usuário para efetivarem a contratação dinâmica de seguro automotivo.

Vocês leram certo: o carro contrata por conta própria o seguro mais em conta, baseado em uma análise de dados autônoma (sem a interferência humana direta). As nossas casas, por sua vez, estão cada vez mais inteligentes, incorporando sensores de temperatura, luminosidade, ruído e umidade para a ativação de ações como desligar o ar-condicionado, fechar as cortinas ou abrir portas. Para isso acontecer, são coletados, continuamente, dados.

 

Dado x Informações x Conhecimento

Antes de prosseguirmos, cabe diferenciar dado, informação e conhecimento.

Os dados podem ser definidos como informações brutas e não-tratadas.

As informações são dados tratados e reunidos de forma organizada. Essa reunião de dados permite a melhor compreensão sobre uma determinada situação.

O conhecimento é a evolução de informações a ideias, experiências e percepções, amplificando a nossa compreensão sobre determinada realidade.

 

Dados, estratégias e gestão educacional

Transportando essa discussão para o mundo da gestão educacional, nossos clientes, operações e concorrentes geram dados continuamente. Quando, por exemplo, uma pessoa interessada em educação integral liga para a secretaria da escola e é informada de que a instituição não oferece essa modalidade. Esse é um dado relevante que, normalmente, é perdido.

O tipo de contato efetuado por esse interessado é um dado que, se mapeado continuamente e agregado a um amplo relatório histórico de demandas não atendidas pela instituição (informação), pode servir como base para o desenvolvimento de novos produtos educacionais que apresentam demanda latente (conhecimento/ação).

Analisando estrategicamente a situação, essa pode ser a diferença entre sobreviver ou não em um ambiente de negócios cada vez mais incerto e competitivo.

No mercado educacional atual, estão competindo pelo mesmo cliente:

  1. a) Instituições que monitoram continuamente os dados, internalizam as informações e se utilizam disso para a ampliação de sua competitividade.
  2. b) Instituições que não monitoram os dados, possuem dificuldades em analisar informações importantes e que, por conta disso, apresentam menos agilidade e força frente à concorrência.

Por tudo o que foi falado anteriormente, a abordagem das instituições enquadradas no item (a) tende a ser o novo padrão de mercado.  Por isso, é importante refletir sobre como a sua instituição está se preparando para esse cenário.

 

Dados relevantes que passam despercebidos

Até agora, citamos apenas um caso de dado estratégico relevante normalmente negligenciado pelas escolas. A verdade é que existem dezenas ou centenas de outros exemplos nesse sentido. Listo alguns na sequência:

– Motivo da solicitação de encerramento de contrato por parte de determinado estudante (utilidade – mapeamento de fraquezas internas a serem trabalhadas com prioridade).

– Instituição de destino de alunos que encerram contrato com a escola (utilidade – mapeamento estratégico da concorrência, identificação de oportunidades e ameaças).

– Quantos irmãos mais novos têm matriculados na escola  (utilidade – segmentação de clientes e realização de ações direcionadas ao incremento do ticket médio junto a estes).

– Forma de deslocamento dos estudantes no trajeto de casa ao colégio e vice-versa (utilidade – estudo de viabilidade para a implementação de serviços opcionais de transporte, podendo gerar ampliação e diversificação de receita).

Muitos outros exemplos poderiam ser citados aqui. O mais importante é que os gestores entendam a importância de se registrar, trabalhar e analisar dados tão corriqueiros e, muitas vezes, negligenciados de suas operações.

 

Aplicando o monitoramento de dados

Mas como efetivamente implementar esse monitoramento? Cada caso deve ser analisado de forma singular. Apesar disso, a maior parte das instituições inevitavelmente precisará:

  • Planejar – quais dados são relevantes e como serão monitorados (processos/tecnologia)? Quais informações serão extraídas desses dados?
  • Desenvolver – quais processos e sistemas (planilhas, dashboards, ferramentas, etc..) precisam ser desenvolvidos para a execução de uma boa análise?
  • Operacionalizar – efetivamente coletar os dados, analisar as informações e implementar melhorias operacionais/estratégicas.

Esse artigo não se propõe a esgotar o assunto, mas compartilhar algumas práticas que possam ajudá-los no desenvolvimento competitivo de suas instituições. Espero que tenham gostado, que consigam aplicar o conhecimento e obter bons resultados.

Abraços e até breve!

 

Eduardo Melo

Gerente de Polos EAD da Unigranrio, é Engenheiro de Produção pela UFRJ e formado em finanças pelo COPPEAD-UFRJ. Aplica técnicas de gestão ágil e enxuta para a transformação competitiva de instituições educacionais.

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Revista Veredas Educacionais – agosto / 2020