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O Programa Mid Ups de Desenvolvimento Humano trabalha nas instituições de ensino priorizando as demandas específicas de cada equipe pedagógica.

 

O Programa Mind Ups surgiu de uma pergunta. Por que alguns alunos fracassam ou evadem de seus projetos pessoais, pedagógicos ou profissionais apesar de expressarem tranquilidade e perseverança no aspecto cognitivo ? Foi tentando responder a esta pergunta, junto com alguns alunos de um dos Institutos Federais Fluminenses do Estado do Rio de Janeiro, que trilhamos as bases de nosso projeto.

Certamente, o processo de aprendizagem é o motor do desenvolvimento humano. Este percurso começa numa intensa relação afetiva e continua durante toda a vida. Na verdade, não nascemos humanos, aprendemos a sê-lo na relação social.

Achamos óbvio e natural que uma criança aprenda, mas esquecemos, rapidamente, de como levou tempo para aprendermos: a andar, a falar, a compreender, a confiar, a ter empatia etc, como se tais aprendizagens estivessem guardadas em gavetas preexistentes em nossa vida mental. No entanto, elas nunca estiveram lá e, sim, foram construídas em um longo processo de desenvolvimento.

Biologicamente, o cérebro humano é o que leva mais tempo para se desenvolver, se comparado com o cérebro de outras espécies. Somente após o período de 25 a 30 anos ele completa o último estágio de conexões e mielinização neuronais. Como numa orquestra, os neurônios vão se arrumando como instrumentos, cada um em sua posição específica, na medida em que são as nossas experiências afetivas que darão o tom da melodia comportamental. Por que então pensar que os comportamentos sócio afetivos, como da empatia, por exemplo, apareceriam naturalmente sem nenhum processo de aprendizagem?

 

Processo social

Desta forma, antes de aprender conteúdos, precisamos entender o processo social de aprendizagem e de desenvolvimento humano. Muitos educadores se esquecem de ensinar para o aluno como se dá este processo e de como ele está intimamente ligado ao desenvolvimento socioemocional.

Ora, da mesma forma que um aspirante a padeiro não pode aprender a fazer o pão sem antes saber o que seja trigo ou fermento, também não seria possível alguém se desenvolver cognitivamente sem entender como se dá o seu próprio processo de aprendizagem.

Neste processo, somos, desde cedo, afetados pela palavra e seu uso, o que impele o sujeito a encarar a verdade de suas necessidades e faltas. Em um momento posterior, esta experiência social se internaliza intrapsiquicamente, nascendo, assim, a possibilidade do pensamento e de funções mentais superiores, mergulhadas neste complexo de interelações humanas, que são também origem de nossos processos volitivos e intencionais. Esta constante superação no processo de aprendizagem se dá, portanto, pela incorporação de novos sistemas cada vez mais complexos.

Quanto maior a consciência deste nosso papel no desenvolvimento humano do outro, a quem somos referenciados como mediador, maior a eficácia do desenvolvimento geral deste indivíduo e da sociedade como um todo.

 

Mind Ups

Por isso, estabelecemos no projeto Mind Ups quatro bases fundamentais:  a primeira base é a compreensão mais apurada da dialética Mente/Corpo. Em segundo lugar, está o entendimento do uso da linguagem, da palavra e da comunicação. A terceira base seria o processo de gênese e desenvolvimento sócio afetivo e, em último lugar, e não menos importante, a maturidade sócio emocional como sendo a quarta base fundamental do projeto mindUps.

Quando as quatro bases são aplicadas nas instituições de ensino, priorizamos as demandas específicas de cada equipe pedagógica. A partir deste momento, juntamente com a instituição parceira, formatamos os treinamentos necessários e os encontros com os professores ou com os alunos.

Estes encontros podem acontecer no intervalo de sete semanas (isto varia, de escola para escola, na medida em que os encontros podem ser presenciais ou remotos) e se configuram em torno sete temas principais, que são: “Preparação”, “Avaliação”, “Descobertas”, “Relacionamentos”, “Transformação”, “Integração” e “Gratidão”.

Em todos estes encontros são potencializados as capacidades de gestão emocional, que surpreendentemente não atingem somente aos alunos, mas também toda a equipe escolar, da gestão à equipe de apoio, com a qual os participantes se relacionam. Gradativamente, na medida em que os encontros acontecem, ficam evidentes as nuances evocadas pelas relações sociais envolvendo a família, a escola, o aluno e sua saúde emocional.

Precisamos, portanto, refletir que, se nós como pais, educadores, ou mediadores não entendermos as especificidades da idade cronológica de cada criança ou jovem, teremos dificuldades nesta relação. Além disso, se não entendermos as especificidades do momento emocional e afetivo que nossos filhos ou alunos se encontram, a relação educacional e de reambientação escolar se tornará impossível.

Em se tratando de um relacionamento tão importante, como o existente entre o aluno e o professor, e considerando o fato de estarmos em um momento de esforço, descomunal, dos heróicos educadores, em torno do ensino híbrido (blended learning), podemos dizer que a capacidade de gestão emocional de pais, alunos, professores e equipe pedagógica, nunca, na história recente da humanidade, foi tão essencial e necessária.

 

 

André Luiz Aragão Viana
Psicólogo do Projeto Mind Ups.
Psicólogo do Núcleo Ampliado de Saúde da Família em SJB/RJ.
Psicólogo do Centro de Doenças de Alzheimer e Parkinson em CPS/RJ
Pós Graduando em Neuropsicologia

Email: andrewpsi@bol.com.br
Youtube: mindups
Instagram: mindupsei

Projeto Mind Ups nas escolas:
WhatsApp
(22) 999 81 9292.

Revista Veredas Educacionais – agosto / 2020